sábado, 14 de março de 2015

Capitulo I (Os Testes) - Part. II (O 2º Sonho).

- Acorda meu filho... vai se atrasar para a escola.

(Que porra é essa?)

- Vamos meu filho. Seu pai já foi trabalhar e seu irmão nem pra casa voltou, ou seja, você não tem carona.

- J-Já vou, já vou.

- Beijos filho, mamãe te ama.

- Maluco, que sonho foi esse? Bom, como a velha disse, deixa eu ir me arrumar

Naquela manhã eu fiz tudo correto. Porém a minha casa estava estranha. Não tinha ninguém, mas era um vazio estranho. Enfim, fui para a escola.

Eu tinha dois amigos, Pedro e o Lucas, dois irmãos muito engraçados, estavam sempre comigo, onde quer que eu fosse. Tinha também o Emanuel, na verdade ele não era meu amigo, só andava no grupo porque a Maria (um suspiro), ah a Maria Stella. Seus longos cabelos loiros, olhos verde-claro, boca carnuda, o vermelho era natural, sem batom nenhum, maçãs lindas que se fundiam em seu rosto mais lindo ainda, que afinava até a ponta do queixo, levemente desenhado pelo melhor projetista de carro de F1. Seu corpo? O mais belo que já vi, seios fartos para 16 anos, e cintura fina, que não vinha acompanhado de um "bundão", mas uma bunda na medida...

- Eai caralho!? 

- Opa, fala aê, viado! (Nem tinha me deparado que estava dentro da escola).

Pedro é o mais aloprado, moreno do sol, olhos verdes e cabelo curto. A barba (falha) que começa a aparecer ele deixa para tentar conquistar as mulheres mais velhas. Lucas é negro, puxou o pai, tem olhos meio puxados, e são mais negros que a escuridão, careca, sempre. Já o cuzão do Emanuel, é... um cuzão, imagina um cuzão, então é ele um cuzão, todos os cuzões são iguais, e esse cuzão, é igual aos outros cuzões.

- E ai, Thur, o que você nos conta de novo? - Me questionou, Maria.
- Ah, ontem eu tive um sonho muito louco. Sonhava...
- Que era homem. Ahahahahah - Me interrompeu, Emanuel.
- Ahahaha, sacanagem. Fala Thur, o que foi o seu sonho? - Insistia Maria.
- Não acredito que você quer ouvir o que esse virgem tem a sonhar. Deve ter sonhado com uma buceta. Que por sinal, foi o pais próximo que chegou. Vamos, virginsse passa. - Levantou Emanuel, puxando Maria com ele.

- Por que andamos com esse cuzão? - Questionei ao mundo, e Lucas me respondeu.
- Porque ele namora com a Maria. E por que a Maria anda conosco? Nunca vamos saber a resposta.
- Ela deve ta afim de mim, mas não tem coragem para sair do pau do cuzão e vir experimentar o meu. - Disse, Pedro.

Riiiiiiiiiiimmm

- Vamos para a sala, Creed!
- Já vou, Lucas. Vão indo, vou ao banheiro antes.

(Dentro do banheiro)

Estou com medo, eu estou com medo. Do que? O que poderia me acontecer dentro da escola, não tem como! Foi tudo um sonho, não aconteceu nada, aquilo não foi verdade, eu to de boa aqui. Vou subir para a minha sala.

A escola era grande, logo na entrada dela já era possível ver a quadra principal de futebol, e ao fundo a de vólei e basquete. Atrás da quadra principal já tinha duas escadas, uma que desce para o banheiro e outra que sobe para as salas. A minha sala era no ultimo andar, o andar 3.

Para afastar o medo, decidi cantarolar "Subindo as escadas, olé olé olá, se essa porra não virar... PUTA QUE O PARIU, EU VOU MORREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEERRR".

Eram aquelas merdas, eram os Muchcrazy. Ma-Mas que por- é um sonho, só pode ser um sonho, dentro do meu sonho, que eu tava sonhando, só... Eles tão vindo! Pela duvida, vou correr.

Subi as escadas quase caindo, virei a esquerda com toda a velocidade, corri pelo corredor, e aqueles putos logo atrás de mim. Subi mais escadas, estas levavam ao andar 2. Fechei um portão de metal, grades de metal(?), nunca tinha visto isso aqui, impossível elas terem aparecido assim do nada. Só pode ser um...

- Sonho? Não, não é um sonho.

Me virei lentamente, eu conhecia aquela voz era...

- Ele! Desgraçado, o que esta acontecendo?
- Já não te disse que você é o Recrutado? Precisamos de você. Precisamos que aprenda a "limpar" os mundos.
- Limpar? Mundo? Que porra é essa?
- Não temos tempo para explicações. Abra a sua bolsa, tem o material necessário para limpar esse mundo. Mate Macária, não falhe como falhou no primeiro teste. Agora vá, os Muchcrazy quebraram o portão.
- FILHO DA PUTA! Sempre foge na hora que eu mais preciso dele. Minha bolsa, o que tem aqui?

Eram duas armas, douradas, duas Desert Eagle .50 AE. Em uma estava escrito "Fuck" na outra "Off". "Quanta criatividade" pensei.

- Bom, é isso que vocês querem seus Much-Fuck-Crazy, é isso que vocês vão ter!

O portão veio a baixo, eles me olharam nos olhos, deveria ter uns 10 deles. Vieram correndo em minha direção, dei o primeiro passo meio exitado, logo veio o segundo, o terceiro, e quando me dei conta, já estava correndo na direção deles. Puxei a Fuck com a mão direita, olhei pela mira, e dei o primeiro disparo...

BUUUM

Bem na testa do primeiro animal, saquei a "Off" com a esquerda e fiz o mesmo...

BUUUM

Quando cheguei perto, pulei, pulei o mais alto que já pulei na minha vida, fui aos poucos virando um mortal no ar, e atirando nos Muchcrazy. As armas cantavam, pareciam cantoras fazendo um dueto, uma seguida da outra, nenhuma "atropelava" o solo da outra. Quando coloquei os dois pés no chão, cai de frente para eles novamente. Eles? Agora era um só. Mirei com as duas, e recitei a frase "Fuck Off", e atirei com as duas, as balas pareciam dançar balé, e se encontraram de forma definitiva, na cabeça do ultimo Muchcrazy.

Fui andando lentamente até a minha bolsa, lá tinha mais balas, e uma adaga. Recarreguei as minhas armas, coloquei mais um pouco de munição nos bolsos, e a adaga dentro da minha meia. Foi quando ouvi.

- Ora, ora... Se não é o nosso grande amigo. Arthur Creed.

(Continua)

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Capitulo I (Os Testes) - Part. I (O 1º Sonho).

No alto do Terraço Itália, em São Paulo, ano de 3070.

Mais uma noite acordado e fico aqui pensando, o que se passa nos sonhos das pessoas?
É difícil pensar em algo que o tempo fez você esquecer.
Eu tinha 15 anos quando "Ele" pareceu para mim e disse que, eu era o escolhido para o trabalho, mas que trabalho? Com 15 anos eu só queria jogar vídeo-game e dormir.

Foi em um sonho, curiosamente o ultimo que eu tive. "Ele" me levou até o alto de um morro e do outro lado "Ele" me apresentou a criatura mais horrenda que eu já vi. Deveria ter todos os metros de altura possíveis, não deveria ter medida para definir o peso dela, mas mesmo assim, corria e matava as criaturas que tentavam sem sucesso derrota-lo.
Uma arma foi posta em minha mão, era uma escopeta customizada. Tinha o cano de metal polido que poderia facilmente ser usado como espelho. O gatilho era de ouro e a arma já continha duas capsulas, sendo entregues mais oito avulsas.  Elas eram de prata e continham a sigla "FYB".
Perguntei a "Ele" o que era; Fuck You Bitches.

Eu era magrelo, nunca tinha entrado em uma briga, não tinha força para nada, mas a pouca força era recompensada com a velocidade, isso eu manjava. Era chamado de "Filho do Vento".
Senti uma mão pousar em meu ombro e então ouvi "Vá, que esse é o 1° teste de 10", e do nada fui empurrado.

Não era mais eu quem corria, minhas pernas tinham total controle sobre o resto do meu corpo, e a mim só cabia desviar dos arbustos e das pequenas árvores. Em uma mão segurava a arma quase caindo, na outra as capsulas que eu buscava colocar no bolso...
Conforme eu descia, mais rápido eu ia e mais difícil se tornava colocar as balas no bolso, e mais difícil se tornava a descida. Foi ai que tropecei em algo que não soube identificar o que seria. A primeira coisa que eu bati, foi o queixo,
depois meu corpo virou de lado e comecei a rolar. Foi uma bateção de osso no chão sem precedentes.

Finalmente após o ultimo giro cheguei ao pé da montanha, abri o olho lentamente e vi o quão alto era a montanha, por
alguns instantes eu fiquei pensando em que parte eu corri, e qual parte eu cai.

Não fiquei muito tempo pensando, logo senti alguma coisa pegando na minha perna, coisa essa que com uma facilidade incrível, me arremessou para cima e foi quando avistei-o. Meu pensamento foi o mais óbvio "se fudeu" e só de pensar já doía. Antes que eu sentisse de novo o chão, senti coisa pior. Nunca fui atropelado por um caminhão, mas se eu fosse
com certeza a dor seria a mesma. Um soco, e PUTA QUE PARIU que soco foi aquele? Depois de alguns segundos eu senti
de novo o chão, agora ralando as minhas costas.

Pela primeira vez - mesmo com muita dor -, eu consegui ficar de pé e vi aquele ELEFANTE vindo em minha direção. Só tive
tempo de apontar a arma para ele e dar o primeiro tiro, um estrondo enorme! Deve ter machucado ele porque logo a criatura parou de correr e olhou para onde eu acertei o tiro, foi em seu estomago. Colocou a mão e viu algo parecido com sangue, só que preto. Dessa vez eu apontei de novo e dei mais um tiro e esse foi certeiro, uma azeitona no meio da testa. Aquela porra caiu de joelhos.

Abri um sorriso que não cabia em mim. Novamente eu ouvi uma voz, só que agora era familiar, então "Ele" me disse:
- Você matou o errado, ele era um dos meus guardiões.
- Mas você me disse para mata-lo!
- Eu não disse nada. Disse que esse era o seu primeiro teste. Seu primeiro teste era ver alem do que os seus olhos podem realmente ver.
- M-Mas, ele me agrediu, me deu um soco!
- Não. Ele te jogou para cima, nesse momento vieram duas criaturas, os "Muchcrazy". O Guardião chegou primeiro e te arremessou para cima...
- E o soco?
- Digamos que ele não esta acostumado a delicadezas.
- Mas ele estava correndo para cima de mim!
- Você já olhou para trás?

Foi quando eu me virei, estavam vindo uns dez Muchcrazys, mas eles estavam calmos, pareciam ter um sorriso em suas faces. Se é que aquilo era uma face.

- Bom, agora que você matou o meu guardião,é seu dever matar os dez, sozinho.

Coloquei a mão direita dentro do bolso. VAZIO! ONDE ESTAVAM AS CAPSULAS? Caralho, a queda!

Como eu vou fazer para matar sasporra se eu não tenho munição? Foi a minha pergunta para o vento, não tinha ninguém
mais. "Ele" sumiu como se fosse o Mestre dos Magos.

Foi ai que eu pensei "Morri dormindo e esse é o..." Não consegui pensar em mais nada, quando dei por mim os
Muchcrazy já estavam vindo em minha direção.

Corri na direção deles também. Do primeiro eu me desviei, no segundo eu acertei um soco na cara, veio o terceiro e me acertou um soco na nuca. Perdi as contas e comecei a acertar menos chutes e socos, passando a tomar MAIS chutes e socos.
Depois de um sequência de chutes e socos - uns bem filhos da puta -, eu consegui começar a me defender com a arma. Depois de uma sequencia de socos, eu cai no chão. Foi então que eu peguei rapidamente uma pedra no chão e bati com força na cabeça de um dos desgraçados. Os demais pararam e ficaram olhando assustados - olhando mais ou menos já que eles nem tinham olhos. Agora com mais força, acertei de novo
a cabeça do filho da puta que agora cairá no chão...

Os outros exitaram em vir para cima, mas um deles se desprendeu do grupo e veio em minha direção. Esse tinha uma adaga em suas mãos. Os passos aumentaram e uma trotada chegou em mim e disparou o primeiro ataque.
Peguei no braço dele, torci para baixo levando o cotovelo a encostar nas costas. Torci a mão dele e a adaga caiu no chão, em seguida acertei um chute no joelho do desgraçado, peguei a adaga e cortei o pescoço dele. Dois já foram, faltavam mais oito. E no momento em que os oito vieram eu fechei os olhos e fui para cima deles... Quando abri novamente os olhos, estava sentado em minha cama.

Já não estava só de calça jeans, minha bota preta e o lenço vermelho em minha boca.

Um sonho? Foi muito real para ser um sonho.

Fui até o meu espelho e vi os hematomas por todo meu dorso.

- Filho, acorda! Vai se atrasar para a escola!

(Continua)